quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Qual é a relação entre a bilionária fusão AT&T/DIirecTV e o Brasil

AT&T anunciou a compra da operadora de TV a cabo DirecTV por US$ 48,5 bilhões confira como funciona esse negocio: Se o débito da empresa de TV a cabo for somado, o negócio está avaliado em US$ 67,1 bilhões. Se aprovado (o negócio ainda depende da aprovação das agências reguladoras), o negócio criará a segunda maior empresa de telecomunicações dos EUA. A líder no setor em número de clientes e alcance seria a junção entre ComCast e Time Warner Cable, outra fusão bilionária anunciada em 2014. Não é aleatório que dois negócios deste porte (somados, ambos devem movimentar mais de US$ 100 bilhões) tenham acontecido em quatro meses. Nos últimos 2 anos, o mercado de telecomunicações vem passando por uma consolidação em todo o mundo. Na Europa, a espanhola Telefônica se tornou majoritária na holding Telco, dona da Telecom Italia. Capitalizada, a japonesa SoftBank comprou a americana Sprint em 2012 e, desde o ano passado, vem tentando juntá-la à T-Mobile, o que criaria a terceira maior operadora do país. No Brasil, Oi e Portugal Telecom se fundiram. Na Europa, Vivendi, Vodafone e Orange estão se movimentando. Mais antiga empresa de telecomunicações dos EUA, nascida indiretamente pelas mãos do próprio inventor do telefone, Alexander Graham Bell, a AT&T passará a vender o serviço de TV por satélite da DirecTV junto aos seus pacotes com banda larga móvel e telefonia fixa. A AT&T já tem um serviço de TV, chamado U-verse, com cerca de 5,7 milhões de clientes. Só nos EUA, a base da DirecTV é quase quatro vezes maior (20,3 milhões de clientes). Este tamanho dará à AT&T maior poder para negociar acordos com conglomerados de mídia donas de conteúdos multimídia como séries e filmes. Para rivalizar com a Comcast, recém anabolizada pela junção com a Time Warner Cable, a AT&T escolheu a TV por satélite em vez da TV a cabo. Ainda que não esteja caindo como a TV a cabo, a TV por satélite está praticamente estável. A compra da DirecTV, logo, não resolve inteiramente o problema da AT&T e outras operadoras pelo mundo: quem pagava por TV, seja a cabo ou satélite, está indo para a internet. A fusão também ajuda a diluir custos dentro de uma estrutura ainda maior e mostra uma lenta tentativa da AT&T em voltar a ser o monopólio que foi no começo do século. Competição, costumava dizer Theodore Vail, presidente da empresa que resultaria na AT&T, é um desperdício de tempo e dinheiro. A máxima de Vail, como bem documentado no brilhante livro “Impérios da comunicação”, de Tim Wu, se mantém viva dentro da AT&T até hoje.
A compra também dará à AT&T uma atuação maior na América Latina, onde já está presente só para planos corporativos de telefonia. A DirecTV é dona de 93% da Sky, operadora de TV por satélite formada entre a empresa americana e as Organizações Globo (que detém a Editora Globo, responsável por editar a Época NEGÓCIOS). No Brasil, a Sky é dona de 29,8% do setor de TV por assinatura, segundo a consultoria Teleco. O corte entre as receitas é amplamente desfavorável à América Latina: no ano passado, apenas um quinto do seu faturamento veio da região. Ainda assim, a Sky é um player estratégico por outro motivo além da sua posição no mercado de TV por satélite. Desde 2013, a empresa vem testando oferecer banda larga fixa por 4G para cidades brasileiras como Franca, Maceió, João Pessoa e Fortaleza. No leilão de frequências do 4G em 2012, a Sky gastou R$ 90,5 milhões por 12 lotes regionais em 8 estados. Tais licenças permitem à Sky oferecer, além de TV a cabo, conexão banda larga em uma área maior que a atual. Em um leilão dominado pelas 4 grandes operadoras brasileiras (Vivo, Claro, Tim e Oi), o nome da Sky soava estranho. Ao comprar a DirecTV, a AT&T leva junto também um meio de entrar no mercado de banda larga para consumidor no Brasil. Não quer dizer que a americana vá usá-lo. Mas uma eventual estreia no Brasil para o consumidor final se torna mais fácil. Fonte:antenados sky e cia

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